Numa tarde de 'Abril, águas mil', a equipa de júniores do Pêro Pinheiro foi ao Campo Sargento Arménio, arrancar uma grande exibição, e um empate a uma bola. Num derby regional altamente inflamável, assistiu-se a um excelente ambiente e a um jogo que não deixou os espectadores presentes cansados de tédio, certamente.
A equipa do Pêro Pinheiro entrou em campo bastante determinada e coesa, com os seus sectores bem juntos, não deixando muito espaço ao Lourel. Foram implementadas algumas alterações tácticas relativamente a jogos mais recentes, destacando-se a inclusão de Rasteiro no lado direito da defesa, e ainda a presença de Nuno Simões na frente de ataque, para dar mais poderio físico naquela zona do terreno.
A formação da casa tinha maior posse de bola, sobretudo porque mantinha o esférico no seu poder, mas na sua zona mais recuada do terreno de jogo, sem criar situações de perigo. A pouco e pouco, o Pêro Pinheiro foi-se soltando, e chegando perto da baliza adversária. Dário teve uma excelente oportunidade para inaugurar o marcador, surgindo à frente do guarda-redes do Lourel, mas não teve a calma e confiança suficientes para colocar a bola no fundo das redes. Como quem não marca, habilita-se a sofrer, o Lourel fez o 1-0 na sequência do único erro do Pêro Pinheiro nos primeiros 45 minutos. No lado direito da defensiva vermelha e branca, um adversário passou por Rasteiro e Vasea, acabando por centrar para a área, onde apareceu um atacante da equipa verde a encostar para o golo inaugural. Rocha ainda fez um esforço para dobrar os restantes companheiros, mas a bola entrou em carambola para o fundo das redes.
O Pêro Pinheiro tinha razões para se sentir injustiçado, pois até ao golo adversário, estava a manter uma toada bastante forte e dinâmica. Poderia pensar-se que este golo tinha abalado os jogadores, mas verificou-se uma reacção positiva, tendo a equipa partido em busca de recuperar o prejuízo.
Até ao final da primeira parte, o Lourel limitava-se a trocar a bola na sua zona defensiva, e só chegava perto da baliza defendida por João Nuno através de pontapés de canto ou de livres que iam surgindo nas imediações da área. A equipa da capital do mármore foi para o intervalo com a sensação de que no segundo tempo, poderia alterar o rumo dos acontecimentos, pois a sua exibição estava a ser de grande qualidade.
O segundo tempo trouxe alterações para a equipa do Pêro Pinheiro, que visavam refrescar a linha ofensiva. Sairam os júniores Nuno Simões e Dário, para entrarem os juvenis Valério e Diogo. O ritmo do jogo manteve-se no mesmo patamar, com bastante dinâmica por parte de ambas as equipas, mas onde a vontade e a agressividade dos jogadores do Pêro Pinheiro iam aumentando à medida que o tempo ia passando.
A equipa do Lourel procurava sempre colocar a bola nos seus jogadores mais evoluídos tecnicamente, sobretudo no atacante Lacerda e ponta de lança Djé Djé, mas as suas acções foram na maior parte das vezes anuladas pelo meio campo do Pêro Pinheiro (Graça e Condesso) e por Rasteiro, que começou a entrar no ritmo do jogo e aumentou os seus índices de confiança.
O Lourel refrescou a sua equipa, substituindo quatro jogadores de uma só vez, procurando explorar alguma debilidade física que pudesse surgir na equipa do Pêro Pinheiro. O que é certo é que a entrada de Russo para o lado esquerdo do ataque, e a subida de Vasea para o meio campo, entrando o juvenil Vilar para central, permitiram à equipa ganhar mais bolas, e sobretudo, colocar pressão na zona defensiva do Lourel, que começava a apresentar algumas lacunas. Numa dessas lacunas, o juvenil Diogo teve uma grande oportunidade para empatar o marcador, aparecendo frente a frente com o guarda redes da casa. O extremo rematou para uma boa defesa do guardião, negando a igualdade. Os últimos minutos do jogo foram de alta rotação, com uma pressão muito bem exercida pelos jogadores do Pêro Pinheiro, que eram agressivos e determinados a cada lance, em busca do golo, que já era mais do que merecido.
Até que ao minuto 85, num excelente passe diagonal de Russo, no lado esquerdo, a bola foi parar ao juvenil Diogo, no flanco oposto. O ex-jogador do Lourel, já dentro da área, partiu para cima do defesa e rematou forte o colocado com o pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda redes adversário. Estava feito o golo do empate, mais do que justo.
No tempo de descontos, o Lourel ainda beneficiou de um livre perto da baliza de João Nuno, mas o guarda redes mostrou-se bastanto seguro, agarrando a bola com tranquilidade. A surpresa poderia ter acontecido, se não fosse a grande defesa do guarda redes do Lourel, a um remate de Francisco a 30 metros da baliza, na sequência de uma falta no meio campo. A bola fez um efeito traiçoeiro, e se não fosse a agilidade do guardião da casa, o resultado teria sido outro.
Resultado final, 1-1.
Grande exibição por parte da equipa do Pêro Pinheiro, que iniciou este jogo com apenas 2 júniores de segundo ano e três juvenis nos titulares. Destaca-se sobretudo a solidariedade entre colegas, que souberam sempre dar a mão em lances de maior dificuldade. Existiram algumas parecenças com os jogos realizados contra o Casa Pia esta época, onde a atitude foi bastante similar à de hoje. A agressividade e a determinação estiveram quase sempre em níveis elevados, o que proporcionou uma partida de futebol bastante interessante e aberta até ao apito final.
A qualidade do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela equipa técnica veio ao de cima, fazendo também parte deste excelente resultado.
Nota final, e de mérito, para os juvenis que foram convocados e que jogaram esta partida, que tiveram um tremendo esforço físico e mental, mas souberam sempre dar o que tinham e o que não tinham esta tarde.
Arbitragem irregular e tendenciosa para o lado da equipa da casa, na grande maioria dos casos.
* Equipa inicial:
João Nuno
Rasteiro, Vasea, Gustavo, Rocha
Graça, Condesso
Francisco (c)
Bruno, Dário
Nuno Simões
* Substituições:
- entraram Valério por Nuno Simões, Diogo por Dário, Russo por Bruno e Vilar por Graça
* Disciplina:
- cartão amarelo a Rocha, Gustavo e Dário